São José e a Providência

Falando da Divina Providência e do Padre Mario é impossível esquecer a devoção ardente que ele cultivou por São José. Pode-se colocá-lo ao lado dos devotos mais afeiçoados do querido santo.

Desde quando era seminarista sentiu para com ele uma devoção particular. Como vigário, a desenvolveu sempre mais. Quando fundou a Obra o quis como especial patrono, invocando-o com o significativo título de Virginum Custos (Guardião dos virgens). Quando as dificuldades começaram a assediar o pequeno Instituto, elegeu-o procurador e provedor geral por todas as necessidades, tanto espirituais como materiais.

A certo ponto, na Congregação, São José e a Providência se identificaram. O Padre ficou feliz em ver o grande santo invocado pelos seus filhos e pelos pequenos seminaristas. Quis a sua imagem em todas as capelas. Não só; possivelmente também no jardim ou nos corredores da casa.

A devoção a São José tinha nele uma característica inconfundível, toda sua; aquela de uma simplicidade, de uma ingenuidade quase infantil que encantava. Ele tratava com o caro santo como com um amigo, um irmão, como uma criança, com a mãe.

Toda noite se ajoelhava diante da estátua do santo, que estava no fundo da escada ou no átrio da casa. Confiava a si mesmo e todos os religiosos ao “Virginum Custos”. Aos seus pés depunha as suas angústias pelas dívidas e pelos prazos de pagamentos que venciam. Depois ia repousar. Assim fez por anos e anos, até a algumas horas antes da sua morte.

As festas de São José deviam ser celebradas solenemente.

Mesmo os estranhos, já num primeiro contato, entendiam quanto a Providência estivesse ligada no Instituto ao potente patrocínio de São José. Já na portaria encontravam a estátua do caro santo com o Menino Jesus. Ele com a mão sobre o peito (dizendo: “Eu me encarrego…”, explicava o Padre) e o pequeno Jesus tendo em mãos um cartãozinho misterioso, que levava uma letra do alfabeto. O mistério era logo desvelado pelo Padre ou por um dos seus Filhos: “São José, provede-nos o carvão, uma casa em Roma, as férias em grupo, uma casa em Loreto, etc”. O Padre achava necessário dizer aos visitantes: “Em trinta anos São José nunca nos fez passar por vexame!”.

Verdadeiramente, mais de uma vez o Padre se queixou com o caro santo porque chegara um pouco tarde… Suplicava-lhe que “trocasse o velho relógio” ou pelo menos que “o acertasse pontualmente”. Mas depois concluía que se tratava de nossas impaciências e de pouca fé.

“São José, dizia o Padre, nunca tem pressa, vai devagar”.

“São José – escrevia bondosamente a um sacerdote – não conhece os meios rápidos de hoje, e viaja sobre o seu burrinho; mas chega, certamente, se bem que com atraso!”.

O Padre morreu na vigília de São José. Nenhum dos seus Filhos se surpreendeu com isso. Muitos sacerdotes escreveram que o santo tinha desejado que o seu grande devoto estivesse no céu, no dia da sua festa.